sábado, 11 de setembro de 2010

Palavras

Bom gente, vou começar esse meu post justificando a minha ausência.
Escrevo por prazer, porque tenho algo a dizer, quando o meu peito grita sentimentos, por necessidade de dividir pensamentos, quando a mente fica clara, durante uma tempestade de idéias, porque sou moVIDA a INSPIRAção, quando minha alma fala em palavras... Portanto, não sei nunca quando isso pode acontecer, só sei que quando acontece, acontece! E sem filtros. Passo tudo diretamente pra cá, sem rodeios e sem temor. Então, hoje, aqui, agora, nesse momento presente, cá estou eu pra dizer uma coisa pra vocês, Nando Reis teve toda a razão quando colocou pro mundo que "olhar só pra dentro é o maior disperdício". Confesso que a primeira vez que ouvi essa música (DO SEU LADO), isso já há um bom tempo, eu fiquei pensando nessa frase, e foi logo que comecei a me dedicar ao Yoga e a Meditação, que são caminhos que nos levam pra um mergulho em nós mesmos, e eu não conseguia entender..."mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino", caiu a ficha!!!
Acho que tudo acontece como tem que ser, e hoje estou aqui, comemorando o meu retorno entre tanta coisa nova que tá acontecendo na minha vida, por isso, achei que era justo recomeçar o blog de cara nova. Quando a mudança é verdadeira, não se muda só por dentro, se muda por fora também...é um movimento que vem de dentro pra fora e reflete em tudo a nossa volta. Tudo mesmo!!!
E parece que quando tomamos uma atitude correta, quando ousamos mudar o rumo das coisas que não estavam mais nos fazendo bem, tudo passa a acontecer numa proporção de tempo que mais parece uma loucura, pois tudo acontece aqui e agora, num presente vivo e real. Deve ser o universo querendo dizer: "não tenha medo e siga em frente, acredite e confie na existência, tudo está ao seu alcance, vá ao encontro do que é seu!"
Ahhhhh...eu sempre acreditei que na hora certa as coisas acontecem, ou que elas acontecem quando a gente permite que elas aconteçam...simmmm!!!
E poder acreditar, é bom demais!
Acreditar nas pessoas, nas suas ações e nas suas palavras...coisa rara hoje em dia...coisa que dá medo!!!

".. Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam ... Prosterno-me diante delas... Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as ... Amo tanto as palavras ... As inesperadas ... As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem ... Vocábulos amados ... Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho ... Persigo algumas palavras ... São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema ... Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas ... E então as revolvo, agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as ... Deixo-as como estalactites em meu poema; como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda ... Tudo está na palavra ... Uma idéia inteira muda porque uma palavra mudou de lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e que a obedeceu ... Têm sombra, transparência, peso, plumas, pêlos, têm tudo o que, se lhes foi agregando de tanto vagar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes ... São antiqüíssimas e recentíssimas. Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada ... Que bom idioma o meu, que boa língua herdamos dos conquistadores torvos ... Estes andavam a passos largos pelas tremendas cordilheiras, pelas Américas encrespadas, buscando batatas, butifarras*, feijõezinhos, tabaco negro, ouro, milho, ovos fritos, com aquele apetite voraz que nunca mais, se viu no mundo ... Tragavam tudo: religiões, pirâmides, tribos, idolatrias iguais às que eles traziam em suas grandes bolsas... Por onde passavam a terra ficava arrasada... Mas caíam das botas dos bárbaros, das barbas, dos elmos, das ferraduras. Como pedrinhas, as palavras luminosas que permaneceram aqui resplandecentes... o idioma. Saímos perdendo... Saímos ganhando... Levaram o ouro e nos deixaram o ouro... Levaram tudo e nos deixaram tudo... Deixaram-nos as palavras." (Pablo Neruda)

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